segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Brevíssimo comentário acerca do discurso de posse da presidenta

Não há condições de discordar da beleza e da força do simbolismo da posse de Dilma na presidência do Brasil. Mesmo que me incomode muito as insistentes presenças de Sarney e Temer ao seu lado. É de fato muito bonito ver uma mulher, com seu perfil político, continuar o trabalho do operário, q por sua vz deu certa continuidade ao projeto do professor. Professor q foi o q sobrou do primeiro governo eleito depois da reabertura política da década de 80.

Em seu discurso a presidenta tocou basicamente em dois assuntos na maior parte do tempo: as benéces da economia e a distribuição de renda proporcionada pelo bolsa família. Como segunda etapa tratou do trinômio: educação, saúde e segurança. Essa segunda etapa pareceu menos privilegiada. Talvés por ser mais de base e precisar de mais tempo para se ver resultados. No entanto, não se ouviu palavras da presidenta sobre mudanças radicais no sistema de ensino do Brasil. Parece q ao tratar desses três assuntos como um "trinômio", uma vz q foram abordados em sequência,  já há certo desprevilégio à educação com relação ao Bolsa Família, por exemplo. Sobre o Ensino Médio, por exemplo, um importante gargalo de nosso sistema, foi proposto basicamente uma ampliação do Ensino Profissionalizante.

Estive por 4 anos e meio (2005 - 09) trabalhando como professor no Ensino Médio, além de cerca de 13 outros (desde 1998) no Ensino Superior, na maior parte do tempo em cursos de Licenciatura em Música, e não consigo entender o caminho proposto. Claro q a formação de mão de obra pro mercado deve ser uma das prioridades em um país que quer crescer. Também não penso que o ensino universitário, ou a pesquisa científica, seja algo obrigatório para todas as pessoas. Mas, não é nítido que o país precisa de uma grande reforma educacional? De novas taxas de investimento em educação em todos os níveis? De nos leis para isso?

Um certo alento sobre isso foi quando, logo de início ainda, Dilma disse algo sobre a necessidade de duas reformas, a política e a tributária. Se for possível ter tais reformas como instrumentos de ajuste das praticas sociais, aquelas referentes a educação poderiam ser os primeiros alvos. De maneira geral, a educação, sobretudo a Educação Básica precisa de uma reforma grande e profunda. Um processo que não poderia acontecer sem envolver muita organização e trabalhalo por uns 4 anos, pelo menos. Mas seria um grande plano de governo hein!? Depois de conquistada a estabilidade da inflação, pelo professor, com algum aumento aquisitivo real, ainda com certa distribuição de renda entre as classes mais necessitadas, pelo operário, viria então uma educação de qualidade para formar uma nova, maior e quem sabe, mais sólida classe média, como realização da nossa primeira presidenta.

Tenho grande admiração e respeito pelo curriculo da presidenta. Em meados de 2008 eu ja tinha certeza de que seria ela a subir a rampa em 2011. Espero um bom governo, mesmo não vendo em seu discurso inicial grandes intenções para a educação.

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